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31.8.12

Remember me.


Para ouvir: Demais - Maysa
Talvez você não saiba ( e provavelmente não ficara sabendo) mas eu trabalho em uma escola com horários semi-flexíveis e programáveis, o que significa que os alunos marcam aula no horário que for melhor para eles (claro, dentro da grade da escola).O que significa que eu agora uso horas militares e trabalho com datas.E desde o final de agosto, não houve um dia, uma marcação de aula pra hoje que não me desse um nó na garganta.01/09/12.Por vezes,até coloquei 08 no final, só pra me sentir um pouco feliz.Hoje as lágrimas tem autorização para cair (porém, não caem)e nossas músicas estão tocando no mp3.Hoje me permito sofrer um pouco, depois de tanto tempo deixando tudo isso de lado na minha vida.
Seriam 4 anos e eu não consigo parar de pensar nisso e em você e em nós.E na falta que tudo isso faz, diariamente.Porque mesmo sendo difícil - e meu Deus, como era difícil – os momentos bons eram tão bons.E por algum motivos só eles ficaram.
01/09/08 me fez passar semanas sem dormir.Fez aquela frase de Nicholas Sparks ficar na minha cabeça a madrugada toda.(“Naquela noite, Noah não conseguiu dormir pensando na dor que sentiria se a perdesse novamente” )
Eu ficava lembrando das nossas risadas e do nosso beijo e de como me sentia especial quando estava nos seus braços.Eu ficava pensando em como isso tinha acontecido depois de tantos anos querendo aquele menino estranho de boné pra mim.
Desse dia em diante eu vivi os melhores e os piores dias da minha vida.Hoje só me lembro dos melhores.Porque o amor que eu senti por você foi tão grande que não deixou espaço nenhum para qualquer outro tipo de sentimento que não fosse a saudade.Lembro das viagens, das risadas, dos planos, do amor que a gente tinha (ele foi real, não foi? Ele REALMENTE existiu, não é?).Essas coisas boas.Sinto saudade de você príncipe.Do fundo da minha alma, eu sinto a sua falta.01/09/08.
Tanta coisa aconteceu nesses 4 anos.Eu me transformei em alguém que eu não gosto.Eu aprendi a viver sem você.Você não me fazia bem, mas e daí? O cigarro também não faz e eu tenho um maço sempre por perto (estou no filtro branco agora.Tentando parar a umas semanas, mas hoje também me permito um trago ou dois, só pra sobreviver).
Lembre-se de mim hoje, pelo menos um pouco.Lembre-se de como era bom estar comigo.Lembre-se do que fizemos um pelo outro e da certeza que tínhamos que isso duraria para sempre.Lembre-se da vontade que tínhamos que isso durasse.Lembre da primeira aliança, da primeira vez, da primeira viagem, da primeira noite na minha casa.Lembre-se de como era bom.Me ame um pouco, eu preciso disso.Pode ser indo para o trabalho ou dormindo, mas eu preciso sentir que você lembra o significado de 01/09/08.Eu vou lembrar pra sempre príncipe, mas to vivendo por ai.Qualquer dia a gente se encontra (eu espero).Seja feliz e obrigada por tudo.Você sempre vai ser o único.

20.8.12

Se for pra tudo dar errado...


 Para ouvir:Se for pra tudo dar errado - Topáz

Porque deu tudo errado hoje e o bar perto do trabalho nunca foi tão convidativo quanto você está essa noite.Você riu quando me chamou pra ir beber (para mim ou de mim? Foda-se) e de repente fiquei com sede.Você tem esse poder mesmo, embora eu nunca vá admitir.
O lado bom de estar com você em um bar é saber que teremos um noite inteira juntos.Você faz algum comentário mesquinho sobre a bunda da garçonete, e eu finjo que acho alguma graça e dou uma gargalhada forçada com a mão esquerda no seu braço, fingindo achar graça quando na verdade é só pra disfarçar a vontade que eu tenho de estar com as mãos em você (de todos os jeitos imagináveis).A música é boa, como sempre é nesse bar e as pessoas na mesa riem de alguma piada que eu não prestei atenção, já que estava fingindo ignorar sua presença do outro lado da mesa e isso já dá trabalho o suficiente.
E antes que eu esteja preparada pra ficar sem você, a divisão de caronas está feita e por algum motivo sempre me empurram para o seu carro.Não que eu não goste, só é uma coisa que está ficando meio obvia e constrangedora, essa coisa de todo mundo achar que daríamos certo (embora eu saiba que daríamos mesmo) e querer nos colocar como casal.
Minha casa sempre é perto demais e você sempre se despede rápido demais.Porém por algum motivo, hoje você puxou papo sobre o CD novo daquela banda indie que eu pouco conheço e gosto menos ainda, e eu com pouquíssimo conhecimento da causa tento conduzir o assunto de um jeito interessante e as vezes um pouco engraçado para que você não durma ou morra de tédio.Dá certo e começamos a conversar sobre assuntos que eu sei mais, como ao campanha do meu time no campeonato ou sobre aquele musical antigo.E talvez tivéssemos ficado conversando muito mais se não fosse o carro de trás querendo sair.Obrigada moço, agora vem aqui e fala pra ele que eu sou uma garota legal, divertida e boa de papo, já que você não deixou eu mesmo fazer isso.
Mas você não vai embora, só coloca o carro em outra vaga e liga o rádio.
E ai você ri e diz que esse meu jeito durona é só tipo, e que percebeu isso no momento que eu me derreti olhando aquele cachorro de rua que passou quando nos falamos na porta do meu prédio pela primeira vez.E eu digo que você não tem como provar isso, já que até os corações de pedra amam animais, Hittler  até tinha uma cachorro (quer dizer, ele tinha não é?Se não tinha deveria ter um, ao menos).Você teima dizendo que eu na verdade sou tão boba e romântica como todos de quem eu tiro o sarro no bar sagrado de terça a noite, e eu não discuto já que você é teimoso e fica completamente lindo quando acha que tem razão de alguma coisa.Ai o rádio ajuda e começa tocar a música que eu ouço quando penso em você no meio do dia (eu me permito fazer isso as vezes sabe, pra dar uma corzinha pra esse dia cinza que apesar de gostar, me enjoa um pouco as vezes) e você comenta que meu olho criou um brilho estranho.E eu só me pergunto quando você vai tirar as mãos do volante e me beijar com elas na minha nuca.
Essa hora nunca chega e se depender de mim nunca vai chegar.Você diz que já está tarde e amanhã vai trabalhar cedo, e eu pergunto se você não quer subir pra tomar alguma coisa, pedindo desculpas por não ter feito o convite antes, e mentindo dizendo que a idéia só foi me ocorrer agora (Quando na verdade eu estava pensando nisso o tempo todo, mas fiquei com medo de você encarar o convite como um toque de recolher) e para minha surpresa você aceita, dizendo que precisa ir no banheiro e que aceitaria um copo de água ou algo do tipo.
Acabamos nos acomodando no sofá e falando sobre tudo, parando um pouco pra prestar atenção no filme que está passando.
E ai de novo você me diz que ta tarde e precisa ir embora e eu te levo até a porta, querendo que por algum motivo o mundo tivesse acabado e você tivesse que ficar aqui comigo pra sempre.
Você me dá um beijo de despedida e me abraça, e enquanto isso eu penso que não sou sua prima pra você me dar um beijo quase na orelha e ir embora assim.Você fecha a porta e vai embora.
No caminho de volta para o sofá me sentindo a pessoa mais desinteressante do universo inteiro (até mais do que a senhora do 17c, já que ela está de namorado novo outra vez), eu ouço a campainha tocando e percebo que você esqueceu a chave do carro em cima da pia.Eu abro a porta com a chave nas mãos e você finalmente coloca as suas na minha nunca e me beija, de surpresa.Finalmente. Sussurra um ‘até amanhã’ no meu ouvido e vai embora com a chave do carro dessa vez.E leva tudo que deu errado no dia junto.Finalmente.

6.8.12

Amores plâtonicos.De longe, meus preferidos ♥

 "- Sarah...Me diga exatamente há quanto tempo trabalha aqui.
- Dois anos, sete meses...três dias, e suponho quanto, duas horas?
- E há quanto tempo está apaixonada pelo Karl, nosso enigmático designer chefe?
- Hm... Dois anos, sete meses, três dias, e suponho, uma hora e meia.."
{Love Actually}

4.8.12

Sobre eu, você e Marcelo Camelo.


 Para ouvir ao som de Marcelo Camelo.Qualquer música de qualquer cd.

- Não chora vai, não posso ver homem chorando.
Ele sorriu no meio das lágrimas.
-É que é foda sabe?
-Te entendo. Mas não chora.Toma, eu tenho lenço de papel na bolsa. Enxuga as lágrimas e olho na estrada.
Chovia. E chovia demais, o céu estava cinza e ninguém estava na estrada. O rádio tocava alguma música que eu não conseguia prestar atenção. Aliás, não estava prestando atenção em muita coisa, embora estivesse bem ciente dele ali, com aquele perfume que gruda no nariz, na roupa e em todo lugar.
- Eu vou ligar pra ela – ele disse pegando o celular.
- Não vai ligar pra ninguém – eu peguei o celular da mão dele e sentei em cima – olho na estrada. Quero chegar viva.
Ele ficou quieto e voltou a dirigir. E ficou em silêncio. Às vezes, limpava uma lágrima. Comecei prestar atenção na música e percebi que ela fazia todo sentido.(Meu amor é teu, mas dou-te mais uma vez).
Os pingos da chuva batiam no vidro com força. A chuva estava começando a ficar assustadora e barulhenta. E ele não falava nada. Pela sua cara, por dentro ele chovia mais do que lá fora.
O silencio já durava quase meia hora.Eu não tinha nada de bom pra falar.Ele também não.Marcelo Camelo falava por nós dois naquele carro (As vezes eu só quero descansar.... desacreditar no espelho,ver o sol se pôr vermelho).
 - Sem sol –eu disse, meio sem esperanças dele continuar o assunto.
- A única coisa vermelha no raio de 14 km é você - ele finalmente falou.A voz parecia melhor.
- Pensa que é o sol se pondo.Pensa que eu sou seu sol.
(Acho graça que isso sempre foi assim.Mas você me chama pro mundo, e me faz sair do fundo de onde eu tô de novo.)
- Você chama pro mundo e me faz sair do fundo de onde eu tô de novo.Camelo fez essa música pra você? – ele sorriu, provocando.Sempre fazia isso.
- Pra nós – eu sorri e olhei pra ele.
Ele não tirou os olhos da estrada e não sorriu.Camelo continuou falando por nós. (Tudo que eu fizer vai ser pra ver aos olhos dela...vai sobrar carinho se faltar estrada ou carnaval...)
- Vai sobrar carinho se faltar estrada ou carnaval – eu cantarolei junto.
Ele sorriu.
- Estrada não vai faltar.Ainda vamos demorar pra chegar.
Sempre odiei andar de carro, mas naquele momento, eu estava bem.Em paz, sentindo o perfume dele e ouvindo música boa.Não precisava de mais nada.Poderiamos ficar naquele carro pra sempre.
- Não tem problema.
 A chuva parou e inesperadamente o sol apareceu meio tímido e rosado no horizonte.
( Eu vim mas trouxe o sol)
- O sol.
- Eu vim mas trouxe o sol – eu sorri – tenho sorte com essas coisas.
Coloquei o celular dele no porta luvas.
- Esquece isso aqui.Por um tempo.Hoje você vai ter paz.
O silencio continuou até entrarmos em uma ruazinha esburacada e pararmos em frente uma casa antiga.
- Chegamos – ele disse parando o carro e me olhando - Rancho de família.
Havia uma placa no portão onde se lia ‘Rancho Minas Gerais”.Eu sorri e peguei na mão dele.Como se quisesse falar "força, a vida continua" mas na verdade pensando "você tem que ficar bem menino, pra/por mim".
Camelo conclui no rádio. (Se encontrar algum destino para solidão tamanha.Se faltar a paz,
Se faltar a paz, Minas Gerais.)
- Se tiver carinho, ninho – ele cantarolou quando entramos em casa e colocou a mala dele em cima da cama de um dos quartos.
Eu entrei no quarto do lado e fiz a mesma coisa.
- Se tiver vontade, chama – eu sorri.
Ele veio e me abraçou.Um abraço tão forte e tão apertado.
- Você vai ficar bem.Se faltar a paz, Minas Gerais – eu sorri e dei um beijo no rosto dele.
Você vai ficar bem.E eu te amo.
(Cada qual para o seu canto,cada um pro seu lugar nenhum  (...)Não há razão pra sermos dois (...)Mas vai, razão, me diz porquê,por quê razão? Por quê nenhum...Pois não, razão, me diz que não.Mas há razão pra sermos dois em um).