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28.1.13

O começo do fim.



Para ouvir: Somebody That I Used to Know - Glee Cast feat. Matt Bomer

Chovia. Ela estava lá, no bar de sempre, fumando o cigarro de sempre, lendo o livro da semana, bebendo o vinho de sempre e sentada na mesa de sempre.Era uma rotina que ela adotou a alguns meses : Sempre ir beber um pouco, assim mesmo, sozinha, no bar perto de sua casa, que ela gostava muito por poder fumar do lado de dentro dele.
Ela gostava da solidão e a solidão gostava dela. Em todo tempo que estava sozinha, não encontrou ninguém que fizesse isso mudar.Nunca encontrou ninguém que fizesse ela abandonar a solidão.E depois de tanto tempo, ela também não ligava mais.Estava bem assim, e assim ficaria.
Atribuía a culpa sempre ao seu ultimo namoro, que acabou abruptamente, Mas talvez nem fosse isso... Talvez isso sempre tivesse sido dela, mas só agora ela conseguiu aceitar o fato.
Estava terminando o 1° cigarro quando ele entrou. Ele não a viu, porém, ela sentiu uma dor tão grande no peito.E ai ele a viu: e ela sentiu que foi recíproco.Não se viam desde aquele dia ridículo, daquela briga ridícula que acabou com o relacionamento ridículo dos dois.Depois disso, anos se passaram, e eles nunca mais trocaram uma palavra.Eles nunca mais sequer tinham se visto.
Ela teve vontade de se enfiar embaixo da mesa para que ele não a visse. Porém, fechou os olhos.Tinha essa coisa de criança, achava que quando fechava os olhos, ficava invisível.Ninguém mais a veria ali.Porém antes de fechar os olhos, conseguiu ver que ele deu um passo para trás, em direção a porta, pensando em sair correndo dali.
Abriu os olhos uns momentos depois e o viu sentado duas mesas a sua frente, com a atual namorada. Sabia que ele estava namorando, então não foi o que a chocou; o que a chocou na verdade foi o fato de que mesmo depois de tantos anos, ele não tinha mudado nada.Continuava com o mesmo corte de cabelo feio e com a mesma cara de orgulho.A sua namorada estava de costas, e ele de frente para ela.Ele a olhava e ela percebeu que fizera isso de propósito.
Ela se surpreendeu sentindo falta dele, uma falta tão intensa que ela nem lembrava como era isso. De repente, ser tão sozinha era um fardo imenso que ela não agüentava carregar.Ela precisava dele para andar com ela.Reconheceu esse sentimento: era o mesmo que ela tinha desde a época que eles estavam se conhecendo: sentia que não podia agüentar mais um minuto sem a presença dele, fosse em uma mensagem, ou em uma ligação, ou pessoalmente.Ela agradeceu a Deus não ter sentido isso por mais ninguém depois dele, porque doía tanto que se pegou pensando em como conseguiu sobreviver o namoro todo com essa sensação.
Tentou comer o resto da porção que restava, mas não conseguiu. Sempre foi assim, quando ele estava por perto, ou quando ele estava indo para perto.A garganta fechava.Comer não era importante.
Tentou se concentrar no livro. Sem sucesso.Leu a mesma página 9 vezes e não entendeu nada.Olhou para ele e ele olhava para ela.Ela sorriu.Ele corou.
Terminou o vinho, pediu mais. Decidira sair dali só quando esse fosse embora também.Acendeu outro cigarro e fingiu ler o livro.
Percebeu, depois de algum tempo, que eles estavam levantando. Ela se preparou para vê-lo sair dali, e vê-lo sair da vida dela outra vez.Porém, ele deu um beijo na namorada e sentou-se novamente.A namorada foi embora olhando um pouco para trás.Ela sorriu para si mesma.Ele pediu outra cerveja e ela terminou o vinho.
Eles se olhavam e ela percebeu que talvez, mas só talvez, ele tivesse ficado por causa dela. Mas não era isso, ele sempre fora orgulhoso demais para fazer essas coisas.
Decidiu ir embora. Guardou o livro na bolsa, o cigarro e decidiu pedir a conta.
Enquanto esperava pelo garçom, o vi se levantando e indo em sua direção.

Um comentário:

Patrícia Müller disse...

Olá!
texto muito profundo... intenso, não sei quais as palavras exatas... e ao mesmo tempo em que é forte, eu me pego a pensar pq as pessoas se submetem a esses sentimentos? ou será q não temos escolhas? bom, talvez até temos escolhas, mas nossa mente humana e falha nos conduz por caminhos tortuosos e sofridos, como o dessa moça do seu texto... enfim, vc me mandou um email, pedindo se desativei o blog, só com 9 meses de atraso eu te respondo que sim, desativei...
bom, o motivo, é uma longa história hehe
mas fiquei mto feliz com seu email, não pensei q alguem ligasse *-*
sempre que possível dou uma passadinha por aqui e nos outros blogs que sigo... afinal, blogs são uma das melhores coisas da internet... quem sabe um dia eu volto, mas com certeza com outra perspectiva!

Agora, vou provar q não sou um robô, pra vc receber meu cometário hehehhe

Bj e fica com Deus!