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20.10.14

¿por qué no me amas?


Para ouvir: Pra você dar o nome - 5 a seco
Ela estava a passeio na Espanha e acabou o encontrando.Havia anos que eles não se viam, mas se falavam regularmente; sempre papos triviais, como o tempo, a família, a faculdade.Se encontraram em uma praça, ela sentada lendo um livro e ele andando a toa.Ela jurava que foi de proposito: eles haviam se falado uns dias antes, e quando ela disse que estava na Espanha ele respondeu com um "Quem sabe a gente não se encontra por aí?".Pelo que ela sabia, ele não estava na Espanha.Devia estar mochilando em algum país próximo na Europa, porque é só o que ele faz depois que trancou a faculdade e veio gastar o dinheiro dos pais.A mentalidade de burguês nunca havia mudado, e o olhando de longe, ela percebeu que tampouco o que ela um dia sentiu por ele.
Ele acenou para ela e sorriu, aquele sorriso típico de alguém que sabe que é bonito e usa toda a sua beleza para conseguir o que quer.Se você olhasse de perto, ele não era tudo isso.Tinha um maxilar marcado e olhos bonitos, mas se você começasse a reparar, o queixo era torto e não o nariz parecia que não pertencia a aquele rosto.Ainda assim, ele andava como se fosse o homem mais bonito que já tinha pisado na face da terra.E convencia muito bem.
Enquanto ele andava na sua direção, ela não pode deixar de notar que todas as mulheres ali presentes viravam o pescoço para vê-lo.Revirou os olhos involuntariamente.
Ele lhe deu um beijo no rosto, o de sempre, quente e perto da boca que a fazia acreditar que ele a queria.Começaram a conversar de tudo que ela tinha visto, de tudo que ainda queria ver e de quantos dias ainda ficaria no país.Ele -convencido como sempre - insistiu que conhecia cada parte da Espanha como a palma da sua mão e que poderia ser o guia dela no tempo que restava de sua estada lá.Ela precisou pensar um pouco, mas decidiu que seria bom.Pensou consigo mesmo que teria que fazer uma força inumana para voltar ao Brasil e não ficar sofrendo pelos cantos, mas pensaria nisso depois, no quarto do hotel sozinha e longe de toda a confusão que ele trazia a ela.
Ela concordou sorrindo e ele disse que seria bom passar mais tempo com ela; que sentia falta dos velhos tempos e a abraçou como se ela fosse a pessoa mais importante do mundo inteiro.Ela sentiu o coração disparar.Ficaram conversando mais um tempo e ele disse que iria a um banheiro público, mas que logo voltaria e eles iam comer no melhor pior restaurante de toda a Espanha.
Ela ficou sentada no banco o vendo se afastar, e por força do habito de pensar e falar em Espanhol, se pegou  perguntando a si mesmo em voz alta:
¿por qué no me amas?

6.10.14

Prédio.

Para ouvir: Mary Lambert - She Keeps Me Warm

Ela olhava para ele com ares de desprezo, mas por dentro, tudo estava desmoronando.Talvez, desmoronando não fosse a melhor palavra, o certo mesmo seria dizer que tudo estava se construindo.
A cada cliente que ele atendia e dava aquele sorriso - um deles na verdade, Levi tinha tantos deles que ela sempre ficava se perguntando o que cada um queria dizer - algo dentro dela mudava.Um tijolo subia como que por telocinese dentro dela, e pouco a pouco, esses tijolos estavam construindo alguma coisa.Em apenas uma semana que se conheciam (só isso mesmo? parecia que havia se passado uma vida desde que ela o encontrou dentro de seu quarto, todo perdido) já havia ali um belo alicerce de uma cosia que levava todo jeito pra ser um prédio de mil andares.A cada sorriso, a cada olhada que ele dava a ela, todo terno e brincalhão, paredes inteiras eram feitas.
Ela ficava lá, sentada na mesa de perto da janela, apenas observando ele trabalhar.O cabelo que era um loiro avermelhado, sempre tão bagunçado e já marcado de tanto ele puxar para trás com as duas mãos, estava escondido por uma touca verde e ela não conseguia parar de pensar em como queria ver aquele cabelo novamente.Acendeu um cigarro, deu um trago devagar e pensou que seria bom ir lá dar um oi.Estava pensando nisso enquanto olhava os carros passando lá fora quando sentiu alguém se aproximar da mesa.
- Oi - ele disse, com um de seus tantos sorrisos e já sem a touca verde.Ela sentiu sua perna ficar mole, e a cabeça rodou um pouco.Efeito do cigarro talvez.
- Oi bonito -  disse assumindo sua pose de autoconfiança.Por fora, não estava nem prestando atenção nele.Por dentro, havia um letreiro de led vermelho piscando e gritando bem alto o quanto ele era lindo - estava aqui ensaiando ir lá te dar um oi, mas vi que você estava trabalhando muito.
- Três e quinze - ele disse apontando para o relógio que ficava em cima do balcão da loja - horário do almoço.
- Ah, que bom que aqui vocês param pra comer - ele riu - Tava pensando em comer onde?
- Não sei.Estava pensando em chamar uma moça sentada aqui pra comer alguma coisa comigo, mas não pensei direito onde comeríamos.
- A é?  - ela bateu o cigarro no cinzeiro da mesa devagar e o olhou com os olhos baixos (tática que sempre funcionava) - então vai depender de quem você vai chamar.Se for chamar aquela senhora com um cardigã amarelo sentada do outro lado da sala - ela apontou o dedo com cigarro na direção - acho que ela gostaria de comer em um restaurante com um menu cheio de nomes estranhos e tal.Se fosse chamar aquela mocinha de camiseta da Hello Kitty sentada daquele outro lado - ela repetiu o gesto na direção da menina que devia ter no máximo 11 anos - acho que levá-la aquela sorveteria dentro do campus seria uma boa escolha.Resta saber se aquele senhor que está com ela aprovaria um cara igual você levar a sua filha para tomar um sorvete.
- Um cara como eu? - ele riu e puxou os cabelos pra trás com as duas mãos - que tipo de cara eu sou?
- Ah, esse tipo de cara.Cara bonito, com cara de má companhia e que costuma deixar as mulheres tontas.Tipo esse carinha aqui.
- Que carinha aqui?
- O cigarro - ela sorriu seu maior sorriso.Outra técnica.
Ele riu e sentou-se na cadeira ao lado dela.
- E se eu quiser chamar a menina de jeans e blusa cinza fumando perto da janela? Onde você acha que seria bom leva-la?
- Pro seu quarto.
Seguiu-se um silêncio gostoso.Ao contrário dos silêncios tensos de quando você deixa claro sua intenção por alguém e essa pessoa demora a responder, Levi era muito transparente.Ela ficou apenas curtindo a cara de espanto dele, e vendo, pouco a pouco, um de seus tantos sorrisos se formar em sua boca.Dentro dela, um andar inteiro foi construído - com acabamento e tudo.

15.1.14

Carta de Frida Para Diego.


Sr. mío Don Diego:
 
Escribo esto desde el cuarto de un hospital y en la antesala del quirófano. Intentan apresurame pero yo estoy resuelta a terminar ésta carta, no quiero dejar nada a medias y menos ahora que sé lo que planean, quieren herirme el orgullo cortándome una pata... Cuando me dijeron que habrían de amputarme la pierna no me afectó como todos creían, NO, yo ya era una mujer incompleta cuando le perdí, otra vez, por enésima vez quizás y aún así sobreviví.
No me aterra el dolor y lo sabes, es casi una condición inmanente a mi ser, aunque sí te confieso que sufrí, y sufrí mucho, la vez, todas las veces que me pusiste el cuerno...nó sólo con mi hermana sino con otras tantas mujeres...¿Cómo cayeron en tus enredos? Tú piensas que me encabroné por lo de Cristina pero hoy he de confesarte que no fue por ella, fue por ti y por mi, primero por mi porque nunca he podido entender ¿qué buscabas, qué buscas, qué te dan y qué te dieron ellas que yo no te di? Por que no nos hagamos pendejos Diego, yo todo lo humanamente posible te lo di y lo sabemos, ahora bien, cómo carajos le haces para conquistar a tanta mujer si estás tan feo hijo de la chingada...
 
Bueno el motivo de esta carta no es para reprocharte más de lo que ya nos hemos reprochado en esta y quién sabe cuántas pinches vidas más, es sólo que van a cortarme una pierna (al fin se salió con la suya la condenada)... Te dije que yo ya me hacía incompleta de tiempo atrás, pero ¿qué puta necesidad de que la gente lo supiera? Y ahora ya ves, mi fragmentación estará a la vista de todos, de ti... Por eso antes que te vayan con el chisme te lo digo yo "personalmente", disculpa que no me pare en tu casa para decírtelo de frente pero en éstas instancias y condiciones ya no me han dejado salir de la habitación ni para ir al baño. No pretendo causarte lástima, a ti ni a nadie, tampoco quiero que te sientas culpable de nada, te escribo para decirte que te libero de mí, vamos, te "amputo" te mi, sé feliz y no me busques jamás. No quiero volver a saber de ti ni que tú sepas de mí, si de algo quiero tener el gusto antes de morir es de no volver a ver tu horrible y bastarda cara de malnacido rondar por mi jardín.
Es todo, ya puedo ir tranquila a que me mochen en paz.
 
Se despide quien le ama con vehemente locura,
 

Su Frida

31.7.13

Hey!

 Para ouvir: Hey Jude - The Beatles

Oi lindezas.
Primeiro de tudo, queria pedir desculpas pela ausência aqui ultimamente.Muita coisa mudou do começo do ano pra cá, enfim comecei a faculdade, saí do emprego que me dava gastrite e ~~achei~~ uma pessoa que me faz bem todos os minutos da minha vida.Então, a vida ainda tá meio bagunçada, tô ainda me acostumando com alguns ritmos e me desacostumando com alguns outros e essa arrumação tá meio complicada de ficar pronta aqui dentro.Então, a vida tá meio bagunçada e eu também, mas não se preocupem,vai ficar tudo certo.
Por conta de tudo isso, quase não apareço mais aqui.O 17av fez 3 anos dia 14/07 e eu nem fiz nada para comemorar.Então, antes tarde do que nunca, parabéns para o meu blog querido e amado e parabéns para vocês que me fazem ter um carinho enorme por ele.
Analisando os textos desses 3 anos, eu percebo que as razões que me levaram a criar o 17 Anos De Vida não existem mais.Mas a pessoa que o criou, eu, Letícia, com 17 anos na época continua bem aqui, embora agora com 20 , bem mudada, mais fria e calculista.Mas, se eu procurar BEM aqui dentro, ainda acho um pouco dessa menina sonhadora que eu era na época.Só que a gente cresce e vê que as coisas não são tão legais quanto pareciam ser quando você estava no ensino médio.
Esse blog me deu o suporte necessário na pior época da minha vida, e foi bem ai que eu mudei tanto.Aprendi tanto, chorei tanto, cresci tanto.Afinal, a gente percebe que, como diz aquele ditado infeliz, realmente há males que vem para o nosso bem.Uma das coisas que me faz continuar vivendo e sempre procurando o melhor, é acreditar que nada é por acaso, e acreditando nisso, percebo que toda essa época foi para me preparar e fazer eu enxergar melhor as coisas.Então, apesar de tudo, eu agradeço ter passado por isso.
Embora os motivos não existam mais, eu existo e esse blog se tornou parte de mim, então eu não consigo abandoná-lo ou fechá-lo de vez.Então,todo esse mimimi foi só pra dizer que: não vou parar com o 17av simplesmente porque ele é uma parte grande demais de mim pra isso.Porém os textos não serão frequentes.Sempre que eles existirem, eu avisarei na página no facebook do 17av para vocês não terem que ficar vindo aqui procurando alguma coisa.
Enfim, se esse fosse o final desse blog, seria um final feliz.Porque finalmente eu sinto que as coisas estão se encaixando.
Obrigado por esses 3 anos de convivência, todos os comentários e e-mails e inbox de elogios, críticas , pedidos para mais textos e tudo mais.
Isso tá parecendo uma despedida e não é.É mais um "até logo" para aquele seu amigo que você vai passar a ver menos, mas sabe que terá o mesmo carinho por ele para sempre.E que uma hora ou outra, ele volta e pega de novo o lugar de amigo.
Até mais lindezas ♥

3.7.13

Mais um fim.

Para ouvir - Jar Of Hearts - Glee Cast

Pegou a primeira jaqueta que viu e foi para a rua.Sem bolsa, no bolso apenas o necessário: cigarro,dinheiro para o café, o celular e a chave do carro.O vento frio fez seu rosto arder.Seguiu dirigindo até aquele café no automático.Sabia o que aconteceria ali.Toda vez era a mesma coisa: ele diria que não dava mais e iria embora sem olhar para trás.
E isso aconteceu quantas vezes nesses 5 anos? Ela já perdera as contas.Porque ela sabe que ele sempre volta.Mas ela sabe que mesmo ele sempre voltando, a dor infinita que ela sente é sempre a mesma.Ela seguiu seu caminho, já chorando.
Ele já estava lá, sentado na mesa perto da janela, olhando melancólico as gotas da chuva deslizando no vidro.Pensava nela.Nela e no sorriso dela e do porque eles sempre chegavam nesse ponto.Ele não poderia dizer que dessa vez era diferente.Estava sendo igual todas as outras vezes, quando as brigas chegavam a um ponto inimaginável e a situação ficava insustentável.
Ela subiu a escada de madeira envernizada escura do café olhando para baixo.O viu sentado na mesa, mas passou reto e foi para o banheiro.Sabia que a maquiagem estaria borrada e queria que ele não visse isso, pelo menos dessa vez.
Ele a viu subindo e ia levantar, mas percebeu as lágrimas de maquiagem preta e ficou sem reação.Odiava vê-la chorando.E via muito.E quase sempre era a causa dessas lágrimas.Ele queria abraça-la e pedir desculpas por tudo, queria falar que estava sofrendo até mais do que ela.Mas não podia.
Enquanto arrumava a bagunça de maquiagem e lagrimas ,ela tentou arrumar a bagunça da sua mente.O fim era sempre horrível, mas com o tempo melhorava, ela sabia disso.O problema era que sempre que estava ficando suportável, que ela começava a sair e conhecer gente, que ela voltava a dormir e comer normalmente, ele voltava e bagunçava tudo de novo, com aquela barba por fazer e o moletom verde e com aquele perfume que tirava toda a razão dela.Respirou fundo e foi em direção a porta de saída.
Ele observou quieto enquanto ela sentava na mesa.Não tinha mais maquiagem borrada no rosto, mas o nariz estava vermelho e isso significava que ela tinha chorado.
- Quer alguma coisa para beber? – ele perguntou com cuidado, como quem apalpa a uma parede no escuro em busca de um interruptor.
- Não, obrigado – ela deu um meio sorriso e fungou um pouco – você queria falar comigo?
- Queria sim – ele começou a rodar a aliança dourada em cima da mesa feita da mesma madeira que a escada – na verdade, você já sabe o que eu quero falar.
- Eu sei – ela olhou para baixo – se é só isso, posso ir? Eu tenho que dar o remédio da gata, aquele, você sabe, não quero atrapalhar o tratamento todo.
- Não, senta aqui vai.Vamos conversar.
- Conversar o que? – ela sorriu amargamente – não temos o que conversar.Acabou.Posso ir?
Ele sabia que ela estava irredutível e apenas concordou com a cabela.Ela levantou e estava virando para ir embora,mas parou.Parou e voltou para a mesa.
- Me faz um favor agora? – ela disse calmamente.Uma calma que até a surpreendeu.
- Claro – ele disse levantando e ficando a centímetros do rosto dela.
- Não volta tá? Tô cansada de ser sua a hora que você quer.Dessa vez, não volta.Se você ainda gosta um pouco de mim, fica no lugar pra onde você vai agora.Enfim, é isso.Boa sorte.
E eles se beijaram.Foi instintivo, normal, mais por hábito do que por qualquer outra coisa.Começaram a se beijar, e quando ela foi se soltar para ir embora, ele não deixou e eles continuaram se beijando.E começaram a sentir, no meio do beijo, o gosto da lágrima um do outro e isso só fez eles se beijarem mais e chorarem mais.E ficaram tempo demais assim, até que um garçom teve que pedir para eles pararem.
-Bom, é isso – ela disse enxugando as lágrimas.
Ele a abraçou e nesse instante se arrependeu.Percebeu que era isso, eles se amavam e tinham que ficar juntos.Mas não conseguiam.
Ela se soltou do abraço e sorriu.
- Eu vou acabar voltando – ele disse, pegando a mão dela.
- Você pode voltar.Mas isso não significa que dessa vez eu vá te aceitar de volta.
Ela virou e saiu.Dessa vez, foi ela quem não olhou para trás.A dor começava a explodir e ela chorava muito, mas dessa vez seria a ultima.Antes de entrar no carro, olhou para cima e conseguiu vê-lo pela janela, com as mãos na cabeça.Talvez estivesse chorando, ela não sabia bem, não dava para ver.Acendendo um cigarro, sussurro um “Adeus” no meio do turbilhão de lágrimas que brotavam daqueles olhos cansados.

Ele continuou sentado no mesmo lugar, mas agora chorava.Como sempre, se perguntava o porquê tinha feito isso.Mais um fim.Ele só torcia para ela aceita-lo de volta, porque ele voltaria.Mais cedo ou mais tarde, ele teria que voltar.Da janela, conseguiu ver o carro cinza dela indo embora. “Até mais” , ele sussurrou entre uma lágrima e outra.

18.6.13

Verás que um filho teu não foge à luta!


Quando eu era mais nova, tinha um professor que sempre antes de passar a matéria, colocava uma frase.Um dia ele chegou na sala e escreveu "Muda! Que quando a gente muda o mundo muda com a gente." Eu lembro que na época, com 12 ou 13 anos, achei a frase muito confusa e não parei para tentar entender.Ontem, dia dezessete de junho de dois mil e treze, eu entendi o significado dessa frase.
Eu sempre fui a favor do protesto.Sempre achei que é assim que se consegue as coisas: se fazendo ouvir.As matérias de escola e agora de faculdade que falavam/falam sobre política e todos os movimentos dela sempre me interessaram muito e eu nunca entendi muito bem o porque.Eu não  entendia o porquê, até ontem.
Apesar de sempre ser a favor do protesto, no começo disso tudo não tinha vontade de ir para rua.Não, na verdade, não tinha coragem mesmo.Eu ficava me imaginando lá, no alto dos meus 1,57cm , perdida no meio de uma névoa de gás lacrimogêneo e apanhando.Ninguém gosta da ideia de apanhar (salvo Anastasia Stelle).Passei dias inteiros lendo sobre tudo e me informando sobre tudo dos protestos, porque apesar de não ter coragem, eu já estava com um orgulho do tamanho do continente de tudo que tava acontecendo.
Pois bem.Ontem de manhã eu ainda não pensava em ir.Porém, durante a tarde, com todas as manifestações e tudo que eu vi, e senti que PRECISAVA estar lá.Eu sabia que dia dezessete de junho de dois mil e treze iria entrar para a  história, isso estava no ar.Todos estão respirando revolução e isso é LINDO! A cada foto, cada pessoa, cada amigo, cada ídolo meu que falava que ia pra rua, minha angustia aumentava.Ficou de um tamanho insuportável no final da tarde.
Eu não fui pra rua.Graças a uma prova semestral que se eu perdesse, provavelmente me faria perder o ano e consequentemente a bolsa na faculdade.Peguei o trem com um nó na garganta e no peito.
Fui acompanhando todas as notícias com os olhos cheios de lágrimas.Viver isso, essa revolução, o povo saindo de casa para protestar os direitos que a muito estavam esquecidos, é a coisa mais linda que eu já vi na minha vida.Ao parar em uma estação um grupo de jovens entrou e o vagão todo ficou com cheiro de vinagre.Segurei o choro.Tinha vontade de ir com eles, deixar a prova de lado e ir lá, mudar o Brasil.Queria dar parabéns para eles, e dizer para me representarem, porque eu queria estar lá de alguma maneira.Desceram na estação que dava acesso ao metrô sentido Av.Paulista e o cheiro de vinagre foi com eles.
De repente, eu senti raiva.Senti raiva de todo mundo do trem que olhou feio quando eles entraram. “ELES ESTÃO LUTANDO POR VOCÊ TAMBÉM!!!!” eu queria gritar.Senti raiva de todo mundo que parecia estar alheio de tudo, dos jovens no vagão rindo uns com os outros, de todo mundo que podia estar protestando mas preferia chegar em casa para ver tv. O caminho que eu faço andando até a faculdade costuma levar 30 minutos, mas eu queria chegar logo e ver o que estava acontecendo.Fiz em 15 e fui procurar me informar.Abri o twitter (a mídia nesse caso somos nós) e eis minha surpresa “INVADIRAM O PLANALTO!”.Não me contive.A alegria não cabia em mim.E era uma alegria com raiva, raiva de só poder assistir a história sendo feito e não fazê-la também, senti raiva da faculdade que marcou uma prova e raiva de todo mundo que não quis fazer um boicote a prova e ir para Paulista.Maldita prova que ainda começaria as 9 da noite, impossibilitando complemente minha ida.Acompanhei tudo até o celular não aguentar mais.Todas as fotos, todas as notícias.Como eu, muita gente da faculdade queria estar lá também e o assunto foi esse.Fiz a prova sem muita cabeça.
Eu precisava estar lá.Eu preciso ir para um protesto.Parece que tudo que eu vivi até hoje foi para isso.É um sonho ver isso acontecendo, tanta gente se convencendo que tá tudo errado mesmo e por isso tá saindo as ruas pra gritar.Gente que tá mudando e com isso, tá mudando a história.

Apesar de não estar lá de corpo presente, eu estava em espírito.Muito mais na Av.Paulista do que na faculdade.E estou lá ainda.Não parem com esses protestos.Continuem até algo concreto mude.Nós demos um passo imenso rumo a um país melhor.Protestem amanhã e depois e depois e sempre.Eu estarei presente em todos, assim que essas malditas provas acabarem.Continuem com isso, fomos ouvidos e estamos começando a ser levados a sério.Não vamos parar.Vamos fazer história e mudar o país, que tem filhos que não fogem a luta.

12.6.13

Sobre você e o quanto você me faz bem.

Para ouvir: You are my sunshine - Johnny Cash

Esse texto é sobre você e o quanto você me faz bem, mas eu nunca vou conseguir expressar o quanto você consegue me fazer bem.Então, quero agradecer por você estar aqui hoje, mesmo não sabendo ao certo quantas datas como essa você esteve aqui.Alias, eu não sei mais quanto tempo você está aqui já que você é tão vital pra mim que eu não lembro como era antes de você.
A questão é que você sempre esteve aqui.Nos primeiros, eu estava tentando salvar um relacionamento falido e você estava lá.Nos seguintes, eu estava tentando não me matar e você continuava lá, salvando minha vida (e salvou de fato, inúmeras vezes).E você ainda está aqui.Eu já disse e vou repetir : eu não sei como você consegue aguentar tanto tempo essa pessoa mimada,birrenta, egoísta, pessimista e (o que você sempre fala) teimosa.Eu não sei, e sinceramente não quero saber, contanto que você fique.
Fique hoje, amanhã, depois e quem sabe até mês que vem.Depois a gente vê o que faz.Eu sempre vou tentar de fazer ficar mais.Porque a pessoa que eu me tornei surta com mimimi, tem pavor de relacionamento e odeia qualquer tipo de demonstração de afeto, mas por algum motivo com você é tudo diferente.Talvez porque você tenha me conhecido enquanto eu ainda não tinha me tornado outra pessoa, ou porque você é tão incrível que me faz mudar para melhor, ou porque com você eu posso ser eu mesma, ou por mais alguns zilhões de motivos que existem pra esse tipo de coisa acontecer, mesmo não sabendo ao certo qual foi nesse caso.Você faz tudo parecer fácil, natural, e não claustrofóbico e obsessivo como todos os outros são.Você faz parecer simples.E eu adoro coisas simples.E eu adoro você.E eu sempre adorei.
Eu sempre disse que você é minha alma gêmea e eu não sei você, mas tenho cada vez mais certeza disso.
Enfim.Você é incrível e eu falo isso a tempos, tempos que eu tenho certeza que são anos, só não consigo lembrar exatamente quantos.
E independente do que aconteça, se um dia você resolver não ficar mais, se aparecer alguém ou a vida nos separar por qualquer outro motivo, você sempre vai ser meu melhor amigo, sempre vai ser a melhor pessoa do mundo e eu sempre vou te amar.
Mas, por enquanto fica.Fica até que a vontade de ir embora seja insuportável.Fica até que ficar não valha mais a pena.Fica até quando quiser.Depois a gente dá um jeito.
E nunca esqueça: você sempre será  meu raio de sol, meu único raio de sol que me faz feliz quando o céu está cinza.Você nunca vai entender o quanto eu te amo e por favor, não leve meu sol pra longe.