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14.7.10

Amor.





- Não sei por que ainda estou com você . Não me procure nunca mais.
Eu observei aquela pessoa estranha se afastando de mim , o fim de mais uma das brigas que temos todos os dias.
Como toda vez , sentia um buraco se abrindo no meu peito. E era uma dor tão forte , que tirava meu ar.
“Calma Luiza , isso sempre acontece. Só mais uma briga , amanhã tudo volta ao normal.E você sabe disso. Respire.’
Era assim toda a vez. E eu sei como acabaria. Como todas as outras vezes.Mais uma briga tosca , por um motivo estúpido. Mais palavras que ferem , mais cicatrizes abertas.Quando isso vai parar ?  Meu vício é mais forte que a dor agora. A abstinência é mais dolorosa do que os efeitos colaterais da droga.
Eu tenho mesmo que sair daqui ? Meu quarto parece tão seguro.
O dia passa , se arrasta. Casa , banho , música . Celular toca.
- Precisamos conversar. Posso ir ai ?
È claro que pode.Mesmo você sendo um cretino egoísta , eu te amo com cada célula do meu corpo.
- Me desculpa , não sei o que aconteceu. Não vivo sem você.  Isso nunca mais vai acontecer , prometo.
Me beijou. Senti o vício me tragando , começando a me entregar ao efeito que ele provoca no meu corpo , no cérebro ,  nesse músculo ainda pulsante e muito machucado que eu chamo de coração. Tarde demais . Rumo a mais uma overdose.

Um comentário:

Aline Leitão disse...

Olha, primeiro vi que está seguindo o abracoseapernas.blogspot.com

Obrigada!

Gostei da linha de raciocínio dos seus textos, confesso que só li uns três. Mas, são bem atraentes.
Nesse, em especial, noto que com certeza tem algo de ti.
Será adicionado no meu reader.

Abraços.